quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Refutando os atributos de Deus nos santos

FreePik

Estava fazendo uma pesquisa na internet sobre "visão beatífica dos santos" quando me deparei com um texto interessante da visão católica para os atributos de Deus atribuídos aos santos. Resolvi fazer o famoso copiar e colar e refutar algumas alegações do escritor.

O texto original está aqui. As nossas respostas estão destacadas.


Oniscientes, onipresentes e onipotentes os santos? Só Deus?


Pergunta — É um prazer me dirigir ao senhor cônego. Sou professor, com curso superior. Estou participando de um estudo bíblico com pessoas de diferentes religiões. Sou católico. As polêmicas aparecem. Surgiu o assunto da veneração dos santos e Nossa Senhora. Fui desafiado a mostrar como eles, já mortos, podem ser oniscientes, onipresentes e onipotentes, intercedendo para fiéis do mundo inteiro, ao mesmo tempo. Vi uma explicação num site da internet, mas eu mesmo não fiquei convencido com ela. O senhor teria como me colocar isto de forma convincente e clara? Por que pedirmos aos santos e Nossa Senhora, se é Deus que tem que transmitir a eles, para depois eles rogarem a Deus por nós? Não é estranho?


Resposta — Se as pessoas de outras "religiões" participam do “estudo bíblico”, não é difícil identificar a objeção como sendo de origem protestante, pois são eles que se empenham em combater a intercessão dos santos, e em particular de Nossa Senhora. Mas deixando a origem da objeção de lado — pois não nos interessa polemizar aqui com os protestantes — a teologia católica de há muito já se pôs o problema e oferece a solução para ele.

É de se estranhar que tão valoroso representante da fé católica tenha esquecido da passagem, que este humilde servo do Senhor que vos escreve – embora não tenha curso de teologia, há muito traz escrito no coração que lhe parafraseará: “Não julgueis, para que não sejas julgado”. Esta tão honrosa advertência nos foi dado pelo nosso Senhor a fim de que “sejamos tardios em julgar, mas quando o fizermos que façamos com justiça”. Então, se o fiel que indagou o texto não indicou e fez o mesmo muito bem em não proceder assim, deveria vossa senhoria também assim proceder. Pois o “protestante” poderia ser um judeu, um ateu, ou outro membro de outra religião.


Duas situações absolutamente diversas

Para entendê-la, é preciso começar por considerar que a situação dos homens nesta Terra é absolutamente distinta da situação das almas após a morte. Pois a vida nesta Terra está obviamente condicionada pelas variáveis espaço/tempo, sensíveis, enquanto as almas depois da morte se situam na eternidade. Ora, escapa totalmente à compreensão humana a correlação entre situações tão diversas: tempo/eternidade.

Ao falar de eternidade, não podemos concebê-la como um fluir contínuo de instantes, que não têm fim. Assim, quando, nas aulas de Catecismo, se procura inculcar nas crianças a noção de eternidade, apela-se por vezes para a idéia de um passarinho que, com o bico, tirasse do Pão de Açúcar um grãozinho de terra a cada cem anos. Quando tal processo de demolição estivesse concluído, a eternidade estaria apenas começando. A comparação é didática para introduzir as crianças, e mesmo os adultos, na noção de eternidade, mas de fato estamos jogando com comparações que, se analisadas do ponto de vista filosófico e teológico, são inadequadas. Pois a eternidade é um contínuo presente, e não um suceder de instantes. Como foi dito, e convém repetir, trata-se de uma noção que excede totalmente a nossa compreensão, enquanto vivemos neste mundo terreno.

Por aqui já se vê o extremo cuidado com que é preciso tratar a questão do relacionamento dos homens nesta Terra com as almas que estão no Céu in conspectu Altissimi.
Então podemos fazer uso de mesma resposta aplicada à resposta de vossa santidade. Assim sendo, como podemos proceder a respeito desta questão? Podemos então, na nossa visão humana nos ater a única e fidedigna fonte de elucidação dos assuntos entre criador e criatura, a saber, a Palavra de Deus.


Deus é visto “totus sed non totaliter”

Dizem os teólogos que Deus é visto pelos bem-aventurados no Céu totus sed non totaliter (todo mas não totalmente). Só Deus pode conhecer-se inteiramente a Si mesmo. Os santos na pátria celeste vêem a Deus todo, mas não o abarcam em seu conhecimento.

Esta é uma suposição, não pode ser uma afirmação, pois bem como foi escrito pela vossa santidade, “Para entendê-la, é preciso começar por considerar que a situação dos homens nesta Terra é absolutamente distinta da situação das almas após a morte”, desta forma está parte contradiz o dito anterior ou o anterior contradiz esta parte. Mas como elucidar tão grandiosa doutrina, deixemos Deus falar por intermédio de sua Palavra.

Temos na Palavra de Deus/ Bíblia, diversos versículos que apontam o que acontece conosco após nossa morte, vejamos alguns:

01 - Tudo o que devemos fazer, devemos fazer quanto vivos

Eclesistes 9:10 “Tudo quanto te vier a mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obras, nem industria, nem ciência, nem sabedoria alguma.”


02 – A inconsciência dos mortos

Jó 14:21 “Os teus filhos recebem honras, e ele não sabe, são humilhados , e ele não percebe”.


03 – Quando havemos de nos encontrar nos céus

Daniel 12:13 “ Tu, porém, segue o teu caminho até ao fim; pois descansarás, e, ao fim dos dias, te levantarás para receber a tua herança.”


Estes são apenas três de vários versículos indicando a impossibilidade nossa de saber algo após a morte.

Entretanto, como bom conhecedor da Palavra, deverá recordar-se de Apocalipse onde os santos se manifestam perguntando até quando o Senhor não vingará o sangue deles. Seria uma consciência aqui, pois não trata dos mortos na tribulação? Não. Estes são os que foram mortos por causa do evangelho, os mártires, mesmo aqueles negados pela ICAR como John Huss (http://pt.wikipedia.org/wiki/Jan_Hus), morto após ter sido enganado pelo papa que dissera o ter dado um salvo conduto.

Pela fé, que é uma semente de visão beatífica, já nesta Terra temos um conhecimento, por assim dizer noturno, de Deus. O que d'Ele sabemos pela Revelação, isto é, o que Deus revelou de Si mesmo no Antigo e no Novo Testamento, por Seu Divino Filho Nosso Senhor Jesus Cristo, nos dá apenas alguns elementos daquele Ser ao infinito esplendoroso que Ele efetivamente é. Por isso, de Deus, é infinitamente mais o que nos restaria conhecer.

Mas podemos ter também um conhecimento natural de Deus, pela luz da razão. Conhecimento inferior, muito imperfeito, mas autêntico. Sendo Deus um ser infinito em todos os seus atributos, a mente humana não pode obviamente abarcá-Lo, e o que d'Ele podemos deduzir pelo lumen de nossa razão é um balbucio — infinitamente menos do que Ele é na realidade.

Postas as coisas nestas dimensões — o infinito de Deus em relação ao finito do homem — podemos abordar, com as limitações daí decorrentes, a questão proposta pelo consulente.

Embora tudo o quanto deveríamos conhecer de Deus Ele inspirou os escritores em sua Sagrada Palavra.


Onisciente, onipresente e onipotente, só Deus

Os santos não precisam ser oniscientes, onipresentes e onipotentes para atender às nossas orações. Pois eles vivem (atualmente, apenas as suas almas, uma vez que a ressurreição dos corpos se dará somente no fim do mundo, exceção feita de Nosso Senhor e Nossa Senhora) na presença de Deus altíssimo, e n'Ele vêem todas as coisas que Deus quer que eles vejam. Para isso, suas almas foram dotadas, pelo poder de Deus, de uma potência superior, chamada visão beatífica, de que as almas humanas aqui na Terra não desfrutam. E, na luz da visão beatífica, têm conhecimento de todas as orações que os homens fazem na terra, pedindo sua intercessão junto a Deus.

A vossa santidade poderia nos indicar um versículo, fragmento de papiro ou algo menos lúdico que suposições e visão da ICAR que aponte estas afirmações?

Então todos nós ao morrermos temos os mesmos atributos de Deus? Estamos vagando no céu sempre atentos as súplicas dos entes que aqui deixamos? Se assim for, que céu é este que permite ver um filho cujo a mãe morreu e agora está entregue as drogas ou a prostituição por não ter comida alguma pois os pais é que a provinham? Que céu é este que deixará ver a pobreza espiritual que muitos aqui passam depois da morte dos pais?

Se oramos para os nossos entes queridos e mortos isto não é consulta aos mortos declaradamente condenado por Deus?

Isaías 8.19

“19. Se vos disserem: Consultai os espíritos dos mortos, os adivinhos, os que conhecem segredos e dizem em voz baixa: Porventura um povo não deve consultar os seus deuses? Consultar os mortos em favor dos vivos?”
Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/isaias/8/#ixzz2hFZtuVlC
Como isto é possível, uma vez que provavelmente várias pessoas estarão, ao mesmo tempo, recorrendo à sua intercessão, nas mais diversas partes do mundo? Aqui entra a incapacidade da compreensão humana de entender a correlação tempo/eternidade, de que falamos de início. Em outras palavras, é para nós, na atual condição aqui na Terra, um mistério que escapa à nossa compreensão. Somente no Céu entenderemos como isso se passa, quando também nós sendo salvos alcançarmos, pela graça de Deus, a visão beatífica. E, assim mesmo, a visão beatífica, embora implique na capacidade de ver Deus face a face, como nos ensina a teologia católica, não significa que nossa inteligência conseguirá abarcar todo o mistério da divindade. Assim, no Céu, nunca ficaremos entediados, pois, de um lado, sempre descobriremos coisas novas em Deus e, de outro lado, qualquer aspecto de Deus que contemplarmos será suficiente para nos extasiar por toda a eternidade!...

Por isso dizia São Paulo: “O olho não viu, nem o ouvido ouviu, nem entrou no coração do homem o que Deus preparou para aqueles que o amam” (I Cor 2,9).
Vossa santidade realmente escreveu isto?: “Assim, no Céu, nunca ficaremos entediados...”. Não sei quanto a Vossa santidade, mas eu, diante do criador dos céus e da terra e de tudo que nela há, o eterno, não estarei em nenhum milésimo de segundo “entediado”. Ire, se assim pela Graça de Deus me permitir ir para a eternidade, falar com Davi, ouvir dele mesmo as suas batalhas. Falarei com Moisés, Isaac, Abraão e Jacó. E José então, de escravo a governador do Egito. Seria ínfima a noção de tédio. E se não bastasse tudo isto, só a presença do meu Senhor me bastaria.

Logo por que, depois do Dia do Senhor, onde todos seremos julgados, não teríamos mais ninguém a ficar suplicando da terra, então a partir deste dia feríamos o que? Morreríamos de depressão por nada termos a fazer?


Nada de estranho na rogação dos Santos

Voltando à objeção proposta ao nosso consulente, durante o tal “estudo bíblico”, nada há de estranho em que Deus queira associar às graças que concede aos homens a intercessão dos santos em nosso favor. Pois, ao criar o homem, Deus o constitui desde o princípio como seu instrumento para a edificação e governo do mundo, para a transmissão da vida, e sobretudo, por Cristo e em Nosso Senhor Jesus Cristo, para a transmissão e comunicação da fé aos demais homens, para cuja salvação cooperamos. “Dei enim sumus adjutores” — dizia São Paulo (I Cor 3,9). E no Céu não cessa tal colaboração, antes aumenta, pois os Santos aí desempenham uma função ainda mais elevada, que é a de ajudar os que estão nesta Terra a se encaminharem para o Céu, com seu poder de intercessão junto a Deus.

Mesmas palavras ditas anteriormente, sem nada a acrescentar, portanto, sem nada a declarar de minha parte.
A idéia de que nossas orações chegam diretamente a Deus, que depois as “transmite” aos santos, para que estes a reapresentem diante do trono do Altíssimo, é uma maneira imprecisa de se referir à visão beatífica, pela qual os Santos vêem diretamente em Deus as súplicas que os homens nesta Terra lhes dirigem. Formulada em termos mais precisos, como procuramos fazer, nada há de estranho nesse conhecimento que os santos têm, pela visão beatífica, de nossas perorações a eles dirigidas.

Perdão, mas Vossa santidade poderia ser mais clara posteriormente.

Oração dos homens => Deus => Ao trono do altíssimo

Santos =>Deus => ????
Por outro lado é patente, na objeção, a implicância do espírito racionalista protestante contra tudo que signifique valorizar a colaboração do homem na salvação eterna de seus irmãos. Para nós católicos, o fato de Jesus Cristo ser apontado na Escritura como único Mediador entre Deus e os homens (cfr. I Tim 2,5) não significa que Ele não possa associar outras criaturas — anjos e santos, e sobretudo Nossa Senhora — a essa Mediação.
Mas a Palavra de Deus – infalível, nos mostra que o homem nada tem haver com a salvação:

Efésios 2.8-9

8. Porque é gratuitamente que fostes salvos mediante a fé. Isto não provém de vossos méritos, mas é puro dom de Deus.

9. Não provém das obras, para que ninguém se glorie.

Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/efesios/2/#ixzz2hFebjhyQ


As boas obras são frutos da fé em Deus e que este ressuscitou o seu filho Jesus Cristo para que todos que Nele crer não pereçam e tenham a vida eterna.

E a mediação de Maria não está escrita em nenhum dos livros da Bíblia, seja ela católica ou protestante. O episódio das bodas de Caná, Maria comenta, não pede a Jesus que faça um milagre. E pedido por pedido,o demônio Gadareno pediu a Jesus que fossem enviados aos porcos, então pergunto a Vossa santidade: Vossa santidade tem menos valor do que um demônio que não possa se chegar a Jesus Cristo? Pois Ele mesmo disse que devemos ir a Ele os que estiverem cansados e oprimidos e não obstante nos declara que Ele é o caminho, a verdade e a vida, e ninguém vai ao Pai senão por Ele.
Não esqueçamos que os santos são amigos de Deus, segundo a palavra de Nosso Senhor Jesus Cristo: “Não mais vos chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o senhor. Mas chamei-vos amigos” (Jo 15,15). E o que há mais natural do que um amigo querer prestigiar seu amigo, associando-o às suas principais obras?

Todos os que creem em Deus são amigos de Deus. Foi assim com Abraão.
E quem, entre os amigos de Cristo, foi maior e mais amado por Ele do que sua Mãe Santíssima? Por isso Ele a constituiu Medianeira universal de todas as graças. Tese que horripila os protestantes, e a nós católicos enche de gozo e é uma verdade de Fé.

Vossa santidade engana-se e deveria lembrar-se de que "bem aventurados são os humildes de coração". Deus não faz acepção de pessoas. Ama a todos de forma incondicional. Pois todos nós somos filhos Dele. E veja o que Jesus disse quando teve a oportunidade de declarar a superioridade de Maria:

Lucas 11.27-28

“27. Enquanto ele assim falava, uma mulher levantou a voz do meio do povo e lhe disse: Bem-aventurado o ventre que te trouxe, e os peitos que te amamentaram!

28. Mas Jesus replicou: Antes bem-aventurados aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam!”

Leia mais em: http://www.bibliacatolica.com.br/biblia-ave-maria/sao-lucas/11/#ixzz2hFhP36rg

Desta forma, Jesus Cristo nos diz que Maria era tão importante quanto o ladrão da cruz, que no seu último momento de lucidez e de vida, entregou-se a Cristo. O ...“aqueles que ouvem a palavra de Deus...” acaba de colocar por fim todas a doutrina Mariana que não encontra sustentação bíblica para se tornar doutrina.


Espero que estas considerações ajudem o prezado consulente a enfocar adequadamente a questão que lhe foi proposta, e para a qual pediu o nosso auxílio, de modo a enfrentar vitoriosamente os seus opositores

Vossa santidade. Não somos opositores, somos assim como todos os que neste mundo estão, filhos de Deus. Não somos contrário ao amor de Deus, mas sim fiéis a sua Palavra. E se Deus não é homem para mentir, a sua Palavra que é a Bíblia não é contraditória. Como posso ter um texto alegando que Jesus é o Senhor e salvador; como posso ter a Bíblia de Gênesis a Apocalipse falando de um Salvador e tentar embutir na mente das pessoas uma salvadoA?

Faltar-me-ia espaço para falar dos santos que não são santos, onde outro tem a sua imagem colocada de cabeça para baixo para se conseguir um casamento na mistura grotesca de superstição e fé mas mesmo assim não é condenado pela ICAR.

Que Deus, em sua plenitude posso encher o vosso coração do líquido que deve permanecer, eternamente, o sangue de Jesus Cristo, único e suficiente em nossas vidas.

Que a Paz do Senhor Jesus Cristo, único que vive e reina para todo o sempre lhe abençoe, amém.

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