terça-feira, 26 de novembro de 2013

Transformar o mundo é uma questão de compromisso?

FreePik


Esse título foi inspirado em uma música do João Alexandre, onde ele afirma cantando: “Transformar o mundo é uma questão de compromisso”. Mas compromisso a quem ou a quê? A nossa época não está nada boa, as coisas têm ficado difíceis a cada dia. Não me refiro só aos acontecimentos escatológicos, mas ao nosso posicionamento ante as condições que nos são impostas, fizemos um péssimo uso do conhecimento que adquirimos (se é que adquirimos). Há desgraça em todas as esferas da sociedade. Até quando usaremos a Bíblia erroneamente para nos esconder das responsabilidades e dos desafios que nos são propostos?

O mundo fala cada vez mais alto, e nós falamos cada vez mais baixo. O que aconteceu conosco? Onde nós erramos? Há esperança para a nossa espiritualidade? O que precisamos fazer?

Farei um resumo de como tenho visto a igreja do Senhor no Brasil e usarei uma grande rajada de perguntas para fazer com que reflitamos nesse pequeno texto.


O QUE TENHO VISTO POR AÍ

Entramos agora numa discussão um pouco polêmica, todavia, creio eu que seja necessária para o nosso conhecimento.

Querido leitor, é com coração bastante espremido pela preocupação que digo isso. O mundo está ficando de cabeça para baixo a cada dia que passa. A falta de absolutos morais e éticos tem tomado de conta das nossas crianças ainda no colégio. O amor de muitos tem esfriado. Perdemos o significado e a relevância do que é amar, ao ponto de enxergarmos apenas sua extrema subjetividade e sua forte abstração. Vivemos um amor que não está na Bíblia, por conseguinte buscamos em primeiro lugar nosso reino. Nada é mais importante do que a nossa estabilidade financeira, nossos próximos concursos e nossa própria “vidinha”. Buscamos desesperadamente os nossos próprios interesses.

Onde nós erramos? Como conseguimos nos afastar tanto? Esquecemos das primeiras coisas que aprendemos. O mundo precisa de Deus, a cultura precisa de Deus, os presídios precisam de Deus, a sociedade precisa de Deus e nós precisamos de Deus. Despertemos de nosso coma espiritual, pois temos a luz que as pessoas precisam para enxergar o abismo que as aguarda, retiremos os argueiros de nossos próprios olhos e ajudemos quem precisa.

Nossas igrejas estão repletas de gente que possui um grande potencial, com bens que poderiam ser úteis na obra, são pessoas com tempo e saúde, mas que infelizmente estão mais encantadas com esse século do que o vindouro.

Estamos à beira de um estafe denominacional. Infelizmente, grande parte de nossos pregadores viraram engenheiros civis. Não percebemos isso porque muitas vezes estamos também perdidos – não me refiro à salvação, mas as metas e objetivos que deixamos de ter. Os nossos jovens estão a cada dia mais sem desejos para as coisas espirituais, os nossos sonhos são abortados e abreviamos sua existência ainda em nossos corações.

Precisamos acordar desse tão grande sono que nos rodeia. Não me excluo disso, muito pelo contrário. Nós necessitamos de arrependimento pela nossa falta de fé, pela nossa falta de amor e pela nossa mísera esperança. Talvez eu não esteja sendo tão brando com minhas palavras, mas quero lembrar-lhes que o tamanho de nossas atitudes para com Deus reflete o tamanho de nossa gratidão para com Ele.

A salvação começa com arrependimento e fé. Isso nós já sabemos, mas é disso que as nossas igrejas precisam, é disso que os nossos filhos precisam, é disso que nossas crianças precisam, é disso que nossos pais precisam e é disso que os nossos corações mais precisam. Se não houver quebrantamento em nossas próprias vidas, como teremos o perdão e consolo do Senhor? Se não reconhecermos que somos infiéis e que nossas obras são muitas vezes como palha, como poderemos retornar a intimidade com Deus?

Existe uma ilustração matemática que, de maneira simples, nos diz o seguinte: 

(AMOR + OBEDIÊNCIA + ANDAR DIÁRIO) Deus = INTIMIDADE COM DEUS


Parece simples, não é? Sofisticamos de mais a nossa fé e acabamos perdendo a fé de uma criança. Como miramos em uma reforma se nem ao menos oramos, vivendo intimamente com Deus? Como pregaremos um evangelho que transforma se nós nem vivemos a diferença que Cristo nos faz?

A resposta porque vivemos um cristianismo sem consistência é porque deixamos de amar aquilo que realmente precisamos amar, deixamos de saber aquilo que realmente precisamos saber. Somos indiferentes aos problemas de nossos irmãos, somos indiferentes às desgraças sociais que lemos todos os dias nos jornais. A Bíblia já não mexe mais com o nosso coração, as pregações já não sacodem a nossa alma e os preceitos de Cristo se tornam relativos a cada dia. Negligência virou falta de tempo e irresponsabilidade virou acidente. Para onde estamos indo? Qual o rumo do cristianismo no Brasil? Por um lado eu vejo curas mentirosas, do outro vejo confusão doutrinária; e alguns dos que criticam tudo isso não fazem absolutamente nada para modificar essa situação.

Cristo está voltando, e nossa vida acabando. Não temos mais tempo para uma vida sem sentido. A gente não tem mais tempo para brincar de crente. A obra de Cristo é para a vida do homem todo. Então, de todas as maneiras, demonstremos de fato aquela obra que Ele começou em nós.

UMA PROPOSTA

A falta de impacto não encontra causa apenas na falta de evangelismo nem na falta de testemunhos vivos. A falta de impacto acontece porque nós desaprendemos a amar a Deus. Antes de mandarmos jovens para pregar aos drogados, criminosos, assaltantes e traficantes, precisamos rever a nossa vida diante daquele que nos criou e nos deu um novo viver. Se quisermos seguir a Cristo, priorizemos a Ele, andemos com Ele e vivamos para Ele.

A cada semana que passa, fico triste com quantas pessoas poderiam estar pregando e não estão. Mas não é enviando mais pessoas aos “campos” que iremos resolver o problema da falta de impacto que causamos. Creio que a intimidade com Deus deve ser resgatada urgentemente, que o ódio ao pecado deva ser estimulado diariamente em nossa nova existência e que a gratidão ao nosso Redentor deva ser o combustível para nossa caminhada. Precisamos orar, precisamos ler a Bíblia, precisamos estimular uns aos outros e precisamos nos dispor inteiramente ao nosso Deus. Anos atrás Francis Schaeffer disse que “A igreja em nossa geração precisa de reforma, reavivamento e revolução construtiva”. Paul David Tripp disse que “Para a maioria de nós, a igreja é meramente um evento em que participamos ou uma organização à qual pertencemos. Não a vemos como um chamado que modela toda nossa vida.” Paul também disse que “A solução redentora de Deus não viria através de uma revolução política ou por uma guerra física. A batalha principal seria combatida e vencida nos corações humanos”.

Irmãos, a cada dia que passa é um dia perdido para agradarmos a Deus. A obediência é nosso dever e o Senhor é a nossa alegria.

Mesmo salvos, carecemos da graça do Pai. Sim, graça para nos quebrantarmos, graça para nos arrependermos, graça para recomeçarmos, graça para irmos e graça para continuarmos. Meu desejo não é que você se torne necessariamente um pregador, mas que você possa viver para Cristo em todas as esferas de sua vida, e se isso implicar em você ser um missionário ou não, aí cabe ao Seu dono.

Precisamos dar um basta em nossos próprios pecados, temos que deixar de lado tudo o que nos impede de sermos fiéis a Cristo. O Mestre manda que sejamos sal e luz e por isso precisamos lutar por um mundo melhor, e mesmo que ele nunca seja, o que nós precisamos é obedecer.

Não teremos reforma em nosso país se não tivermos reformas em nossas igrejas; tampouco teremos reforma em nossas igrejas se não tivermos reforma nos púlpitos; também não teremos reforma nos púlpitos se o coração do pregador não for reformado e não pregaremos reforma se não vivermos a reforma. Você pode discordar do que eu falo, mas será que o cristianismo que vivemos é o mesmo cristianismo que Cristo pregou? Até quando ficaremos conformados com esse mundo? Até quando iremos abrir as portas da igreja para que mundo se sinta a vontade nela?

Talvez Cristo não seja o protagonista em nossas vidas, talvez as igrejas de nosso país estejam como a Igreja de Laodicéia, onde Cristo já não era a centralidade daquele local. Comecemos esta mudança por nós mesmos e retomemos a disposição que perdemos há algum tempo. Por fim, paremos de dar esmolas para Deus, deixemos de prestar favores a Ele e comecemos a dar o que Ele realmente quer de nós: nossa vida por completo. Assim, retornaremos ao rumo certo: à carreira que nos foi proposta.

"[...] o tamanho de nossas atitudes para com Deus reflete o tamanho de nossa gratidão para com Ele."

Miguel Alysson
Mistério Resgate

Fonte: http://projetoresgateentreosdetentos.blogspot.com.br/2011/06/transformar-o-mundo-e-uma-questao-de_7568.html

Agradecimento ao irmão Mário Wander por ter enviado este texto.

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