segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Após renúncia ao papado, Bento XVI deve permanecer no Vaticano para não responder na Justiça por crimes da Igreja

Divulgação
O jornalista britânico Geoffrey Robertson, autor do livro “O Papa é o Culpado?”, afirmou que após a renúncia ao pontificado, Joseph Ratzinger poderá responder na Justiça por abusos que a Igreja Católica teria cometido durante sua gestão.

Especialista em temas relacionados ao catolicismo, o jornalista afirma que Ratzinger teria responsabilidade em “crimes contra a humanidade” desde 1981, quando passou a comandar a Congregação para a Doutrina da Fé (CDF), órgão do Vaticano que fiscaliza a conduta dos padres. O jornalista afirma ainda que, embora os arquivos daquele tempo sejam sigilosos, cartas do alemão surgiram em vários processos judiciais nos Estados Unidos, sempre defendendo padres pedófilos e estupradores.
De acordo com o Jornal do Brasil, o jornalista explica que ao deixar o papado, Bento XVI perderá sua imunidade como chefe de estado, e pode responder por crimes cometidos por sacerdotes católicos que estavam sob sua liderança.

- Como um chefe de Estado – o que, na prática, é o Vaticano – o papa Bento XVI tem imunidade. Mas isso mudará após sua renúncia. Muitas vítimas molestadas por padres protegidos pelo Cardeal Ratzinger gostariam de processá-lo pelos estragos de sua negligência. Ao sair do Vaticano, um tribunal cuidará desses casos – escreveu Robertson.

Porém, uma matéria do jornal O Estado de S. Paulo revelou que Joseph Ratzinger ficará dentro do Vaticano depois de sua renúncia, o que garantiria a manutenção de sua imunidade, evitando que o religioso enfrente a justiça. A justificativa para sua permanência no Vaticano é a de garantir sua tranquilidade para rezar e estudar pelo resto de seus dias, mas fontes na Santa Sé confirmaram que a manobra garantirá sua imunidade legal, blindando o pontífice de qualquer tipo de processo que eventualmente seja lançado sobre os escândalos de pedofilia que assolaram a Igreja nos últimos dez anos.

Outro motivo para que o papa permaneça dentro da Santa Sé, mesmo diante da polêmica em relação a ter dois papas dentro do mesmo território, é o de não criar um segundo lugar de peregrinação, o que acentuaria a existência de dois papas. O temor é que, se ele optasse por ir a um monastério na Alemanha, o local poderia acabar se transformando em atração para os fiéis.

Mas, segundo a Folha, o aspecto mais importante da decisão de ficar dentro do Vaticano seria suas garantias jurídicas e sua capacidade de manter sua imunidade. A Igreja diz não acreditar que processos contra o papa possam surgir. Mas, diante de uma série de casos polêmicos em vários países, a opção foi por não arriscar.

Por Dan Martins, para o Gospel+

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Olá,

Obrigado por comentar. Iremos avaliar o seu comentário para depois publicá-lo ou não. Não temos ninguém que faça a correção dos nossos textos, portanto, caso encontre algum erro, por favor, entre em contato que teremos o maior prazer em corrigi-lo.

Que Deus o abençoe!