terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Diário de um evangelista - parte 03

Lucas Filho

Com esta inscrição na placa que está fixada em seu antigo barraco. Um dos antigos moradores da comunidade do Barroso que visitamos com frequência no nosso evangelismo, encontra-se sorridente quando nos aproximamos. E em uma volta a minha primeira visita para evangelizar conversamos sobre Deus e um fato esperado – “minha vida está mudando”.


Esta não foi a terceira saída para evangelizar, já houveram outras duas. Em uma destas, nada de muito anormal. Saímos para o bairro Aracapé ajudar na divulgação do encontro da família, um culto destinado à família. Passeamos pelas ruas do bairro e o fato que mais chamou a nossa atenção foi a repulsa de uma senhora em receber um panfleto que continha uma mensagem sobre Deus. “Eu tenho a minha religião e não vou receber e pronto!” Gritou a senhora com um crucifixo pendurado no pescoço. Isto mostra que o amor – o maior de todos os dons, ainda não chegou a todos.


Na segunda visita – não detalhada como uma postagem, fomos para o outro lado do antigo aterro também no Barroso. Lá, fui convidado a conhecer a casa de um dos moradores que nos chamava insistentemente para mostrar a sua folha corrida que apresentava mesmo depois de 06 anos furto de cabos de energia. Desesperado, ao entrar na sua casa, ele chorou e perguntou por que a vida é assim. Pois ele já havia pago pelo seu erro e não conseguia mais emprego. Então oramos e demos alguns conselhos. Ficamos de passar por lá novamente para conversarmos e não vejo a hora disto acontecer.



E voltando para a visita desta postagem, ao chegarmos a comunidade, um dos moradores estava sentado a porta de sua antiga casa – a que ilustra a nossa postagem de hoje. Ao conversar com ele, uma de suas primeiras perguntas foi pelo “irmão” que havia dado a ele uma Bíblia.


Com um sorriso no rosto, relatou o quanto a sua vida estava ficando boa. Ele havia se mudado de lá já antes de minha primeira visita, mas foi com as nossas visitas que ele passou a frequentar uma igreja evangélica novamente. Sua mãe evangélica, sempre o convidava para ir à igreja, mas ele muitas vezes resistia. Mas a palavra de Deus em sua vida foi mais forte.


Um testemunho forte

Ele nos falou de sua vida e de como perdeu dois irmãos. Um, foi assassinado. Já o outro, se envolveu com drogas. Bebia muito e começou ter alucinações. E isto foi tão prejudicial, que o suicídio foi a forma de um dos seus irmãos encontrar a saída.

Falei então algo que ele até então não havia percebido. Que o quanto o seu testemunho é lindo. Mesmo tendo acontecido tudo isto – e muito mais, ele hoje adorava ao nosso Senhor e não via a hora de ouvir ele falar em uma igreja.

Não sei falar

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Depois de mostrar a ele o quanto a sua vida era digna de um belo testemunho, ele disse que não sabia falar em público. De fato, ele tem uma limitação na fala, então eu disse que é Deus quem fala por nós nestes momentos e que ele poderia ler a Bíblia e então pegar um versículo e iniciar assim. Entretanto, ele disse que não sabia ler. Perguntei pela placa que decorava o seu antigo barraco e ele me respondeu que achou e trouxe para casa. Muitas pessoas até já perguntaram o motivo da placa, mas ele apenas respondia que achava legal.




As vezes Deus faz um pouco. Nós fazemos o muito

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Em minha primeira postagem da série sobre evangelismo, relatei na parte “Vinde a mim a crianças”, sobre um pai que ganhara uma Bíblia. Pois bem, este pai era o irmão que estava a conversar.

Quando então consegui me lembrar de tudo o quanto tínhamos conversado, percebi que Deus é maravilhoso. Pelo fato dele não saber ler, a sua esposa – quer queira ou não,também passou a conhecer mais sobre Deus, pois tendo que ler para ele, ambos aprendem sobre a vida.


 

A lição de hoje

A lição de hoje fica nas lágrimas do pai que, ao perceber que o seu testemunho é forte, que ele pode falar a sua história e fazer com que muitos aceitem a Deus como seu salvador. Fica a lição de que Deus, mesmo em condições quase desumanas, não deixa de agir, devemos é sempre estar dispostos a reconhecer o mesmo, independente do local ou da situação. Afinal de contas, Deus é Deus.

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